11 de fevereiro de 2011

Sobre imagens e arquitectura.

           Em Lisbon Story, há um realizador que filma com a câmara de filmar atrás das costas. O filme, esse, é depois escondido para que ninguém o possa ver. A busca é a da não significação da imagem, anulando a produção e a recepção da mesma.

          Em Blow Up, as imagens possuem, aos olhos do produtor e receptor das mesmas – do fotógrafo – informações concretas que apenas nelas se conseguem vislumbrar. A realidade fotográfica é, em si, estimulante de uma nova versão da realidade fotografada.

          A pretensão documentarista do primeiro caso, revestida por uma resolução curiosa (e pragmática até), é contraposta pela construção do segundo, que se revela, em si, total. Ambas existem apenas no espaço fotográfico do filme, assim como tudo o que nele figura.

           E a arquitectura, a coisa concreta? Para essa deixemos a câmara atrás das costas. É que a conversa é outra. 





Por Pedro Lucas

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